37 textos. 37 sentimentos. 37 sensações que remetem a relembrar do passado e pensar no futuro.
Andreia Evaristo fez um mix todos as suas lições de vida e tudo aquilo de bom que tem para contar em pequenos textos recheados do bom e velho humor, e que nos levam a refletir em como a felicidade pode estar presente nos momentos mais inesperados e simples do nosso cotidiano. Mascando um chiclete, comendo os chocolates da páscoa, ou até mesmo na compra de uma chaleira nova - que ficará guardada com tantas outras em um armário para exibição.
Com a escrita simples e de fácil leitura, Chiclete para guardar pra depois é um livro que fale sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo. Sobre o passado e sobre o presente. Sobre amores e separações. Sobre a adolescência e tudo o que perdemos ao final dessa fase. Mas afinal, isso é a vida: fases - algumas são boas, outras nem tanto. E é exatamente sobre isso que o livro fala.
Primeiramente eu gostaria de parabenizar a autora por todo o cuidado da edição do livro! Apesar de ser o menor livro da minha estante, e o com menos páginas, ele é um dos mais fofos que já recebi.
A escrita da autora é leve e fácil, além de não conter nenhuma palavra de baixo-calão e não conter erros de ortografia, assim como também não há palavras repetidas na mesma frase/parágrafo - o que, infelizmente, tem acontecido muito em alguns livros e que acabam passando na hora da revisão.
De todos os textos, os que mais gostei foram Adultescência, Chiclete para guardar pra depois e Tudo que há pra viver.
Aqui vai um pequeno trecho que me tocou muito e que, infelizmente, é uma realidade nos dias de hoje.
''O câncer é um vilã maldoso, principalmente com as mulheres. Rouba-lhes o sopro de esperança. Depois, leva seus cabelos - esses mesmos cabelos que são motivo de vaidade e competição feminina desde a mais tenra idade. Depois, leva a vitalidade, o sorriso do rosto, a força de seguir adiante. Ainda assim existem mulheres-maravilha, que não se deixam abater, que não desistem, que não largam o osso. Agarram-se a cada quinhãzinho de vida que lhes é oferecido, porque entre não saber o que virá depois, é mais fácil viver tudo o que puder agora, mesmo com dores no corpo e na alma, mesmo com o coração dilacerado e com a vida se esvaindo dos dedos como areia fina da praia." - página 32.
Devo dizer que gostei muito do tipo e tamanho de fonte usado na impressão do livro ( minha miopia agradece haha), além do tipo de papel usado na impressão. Entretanto, acho que o espaçamento entre o início da folha e a escrita deveria ser maior, pois em algumas página - especificamente nas últimas- é preciso dar uma dobradinha para se conseguir ler melhor.